Relação entre o tempo de isquemia fria e a sobrevida do rim doado em pacientes transplantados no centro de transplantes renais de Ribeirão Preto

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Júlia Parenti De Oliveira

Resumo

Introdução: Um fator de sucesso muito importante nos transplantes renais consiste no Tempo de Isquemia Fria (TIF), período em que o órgão fica fora do organismo até que seja realocado no organismo do receptor. Quanto menor o período de isquemia fria, menores as complicações pós-transplante, ideal que seja inferior a 24 horas, com um máximo de 36 horas. A análise da necessidade de transplante compreende vários quesitos como por exemplo a função renal, que é definida como a capacidade dos rins de filtrar substâncias presentes no sangue e excretá-las na urina, podendo ser quantificada por meio da dosagem plasmática de creatinina e com o cálculo do clearance de creatinina. Objetivos: Analisar a sobrevida do rim transplantado em receptores que receberam transplante renal na Santa Casa de Ribeirão Preto entre 2007 a 2020, incluindo transplantados com doadores vivos e falecidos. Neste estudo foi possível evidenciar os fatores que mais colaboraram com o insucesso do transplante, o sexo em que se obteve melhores resultados e principalmente, o tempo de isquemia e sua relação com a taxa de sucesso. Metodologia: O presente estudo, observacional e retrospectivo, foi realizado por meio da análise de prontuários de pacientes que receberam transplante renal na Santa Casa de Ribeirão Preto entre 2007 a 2020, compreendendo um total de 286 pacientes transplantados incluindo doadores vivos, parentes ou não parentes e doadores falecidos. Resultados: Evidenciou-se as principais doenças base que levaram ao transplante renal. O menor TIF encontrado foi de 13 horas e o maior foi de 37 horas. Encontramos correlação positiva e significância entre o TIF e sobrevida da função renal após seis meses de transplante, mas não houve significância após 1 ano. Conclusão: Tempo de isquemia fria menor está relacionado a maior sobrevida do enxerto renal como constatado 6 meses após o transplante. Após 1 ano esse dado perde importância em relação às perdas precoces, mas são necessários mais estudos com tempo mais prolongado para melhor avaliação desta variável.

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Artigos Originais