A influência do uso de antibióticos na infância no desenvolvimento de doenças inflamatórias intestinais: revisão sistemática

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Gabriella Micheten Dias
Thaise Ramos
Luis Gabriel Souza Perez
Thiago Machado
Marcos Fabiano Sigwalt

Resumo

Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DII’s) possuem etiologia complexa. Entre os principais fatores envolvidos em sua patogênese, destacam-se as alterações na composição da microbiota intestinal. Nesse contexto, o uso de antibióticos ganha importância, já que estes podem atuar como causadores do desequilibrio da microbiota. Embora o mecanismo não seja completamente compreendido, a exposição a antibióticos durante a infância parece ter papel relevante no desenvolvimento das DII’s, pois é nesta fase da vida que se inicia a formação da microbiota intestinal. Metodologia: Revisão sistemática embasada em artigos completos selecionados das bases de dados BVS e PUBMED, dos anos compreendidos entre 2017- 2022, com idioma em português, inglês e espanhol. Objetivos: O objetivo deste estudo foi analisar as evidências existentes acerca da associação entre o uso de antibióticos na infância e o desenvolvimento de DII’S. Desenvolvimento: O uso de antibióticos afeta de modo significativo o equilibrio da microbiota intestinal, favorecendo o desenvolvimento de condições patológicas. O mecanismo envolvido, parece ser uma resposta imune anormal o que, em pacientes geneticamente suscetíveis, pode resultar no desenvolvimento de doenças como as DII’s. O impacto dos antibióticos na microbiota intestinal é dependente de fatores como o tipo de antibiótico, dosagem, duração do tratamento bem como a idade em que essa exposição ocorre. O uso de antibióticos no início da vida parece estar associado ao desenvolvimento de DC, sobretudo quando usado antes dos 6 meses de vida. Esta associação não pode ser evidenciada quando se trata de RCUI. Conclusão: O uso indiscriminado de antibióticos, principalmente na primeira infância, parece estar relacionado com alterações na microbiota intestinal e com o desenvolvimento subsequente de doenças. Portanto, o uso irracional dessa classe farmacológica deve ser evitado.

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Seção
Artigos de Revisão