Indicadores bioquímicos séricos associados ao diagnóstico de declínio cognitivo em uma amostra populacional de Minas Gerais, Brasil

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Leonardo Brandão Barreto
Iago Madeo Bellezzo
Iolanda Fonseca Rosmaninho
Leonardo Brandão Nogueira
Carmen Aparecida de Paula
Katiane Oliveira Pinto Coelho Nogueira

Resumo

Objetivo: O envelhecimento da população brasileira levará ao aumento na prevalência e incidência de comprometimento e deficiência cognitiva. Assim como em outros municípios, em Ouro Preto, MG, o envelhecimento populacional traz enormes desafios em termos de gestão da saúde pública. Deste modo, o adequado entendimento da realidade epidemiológica de condições clínicas simples, corriqueiras e reversíveis, que possam mimetizar déficits cognitivos, como os associados à Doença de Alzheimer será de sua importância em termos de assistência integral à saúde. Método: Este estudo envolveu 135 pacientes, de acordo com critério de idade mínima de 65 anos, pré-estabelecida para elegibilidade. A partir das avaliações clínicas iniciais, os pacientes foram divididos em grupos controle e com comprometimento cognitivo, todos posteriormente submetidos a exames laboratoriais de triagem bioquímica. Resultados: Os resultados mostraram que 27% dos pacientes do grupo caracterizado pela presença de comprometimento cognitivo apresentaram alterações em um ou mais exames laboratoriais. As alterações observadas se enquadram nos critérios metabólicos de exclusão do estudo e poderiam falsear o diagnóstico de declínio cognitivo leve e maior. A média de idade dos pacientes que apresentaram alterações nos exames de triagem foi de 76,9 anos, sendo a maioria (75%), do sexo feminino. As três principais alterações bioquímicas associadas aos critérios de exclusão previamente definidos foram hipovitaminose D3 (41,7%), seguida de uremia (27,8%) e hipovitaminose B12 (22,2%). Conclusões: As alterações bioquímicas encontradas poderão desencadear declínio cognitivo potencialmente tratável. Seu diagnóstico precoce servirá para mitigar os impactos pessoais e de saúde pública, especialmente no âmbito da Atenção Primária. Outro ponto de destaque é que a maioria dos pacientes do gênero feminino, o que de acordo com as recomendações da OMS é relevante para se considerar uma abordagem sensível ao gênero nas políticas de saúde mental.

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Artigos Originais