Comunicação de más notícias: percepção de médicos e pacientes

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Sarah Santana Diniz
Alex André Ferreira Queiroz
Carla Virgínia Vieira Rollemberg
Déborah Pimentel

Resumo

OBJETIVO: Comparar a percepção de médicos e pacientes sobre a comunicação de más notícias. MÉTODOS: Trata-se de um recorte de duas pesquisas simultâneas e complementares, quantitativas, descritivas, exploratórias e transversais, com coleta de dados primários. RESULTADOS: Dentre os médicos, 71,4% relataram não ter dificuldade para transmitir más notícias; 98% explicavam as consequências e limitações da doença; 99% informavam as complicações e efeitos adversos do tratamento; 100% acreditavam transmitir confiança e 97% valorizavam a opinião do paciente. Por sua vez, 14,6% dos pacientes já receberam uma má notícia, e, para 16,7% deles, o médico não deu explicações sobre a doença; 15,2% não foram informados sobre consequências do tratamento; 12,1% não confiaram no médico e, para 36,4%, o médico não estava preocupado com sua opinião. Em relação aos médicos, 28% comunicavam cinco a dez más notícias por mês; 31% apontavam que conversar sobre início de tratamento paliativo é a tarefa mais complicada; para 43%, ser honesto sem acabar com esperanças era o mais difícil em discutir más notícias. Quanto à sua habilidade de transmiti-las, 54,5% a classificavam como boa, apesar de 62,2% não possuírem curso formal/treinamento específico; 61,2% dos médicos não se sentiam muito confortáveis ao lidar com as emoções dos pacientes, e 54,5% também não tiveram treinamento para lidar com este tipo de situação. CONCLUSÃO: Médicos e pacientes têm percepções diferentes sobre a comunicação de más notícias: os profissionais julgam fazê-la da melhor forma, enquanto os pacientes percebem as deficiências do médico e sofrem suas consequências.

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Artigos Originais