Algumas especialistas, porém, desaprovam a recomendação. "Para a administração, dizer apenas ‘vá e tome uma xícara de café e supere o cansaço’, desvaloriza toda a questão", destacou o especialista Steven Hambleton, presidente da Associação Médica Australiana. "Estamos falando de questões sérias aqui, e isso não é uma sugestão séria de forma alguma".
As recomendações acompanham o alerta recente de um sindicato médico do Estado australiano de que pacientes de hospitais públicos estariam morrendo porque médicos exaustos estão sendo forçados a trabalhar até 80 horas sem parar. E essas questões pressionam o Governo Federal a tomar o controle dos sistemas de hospitais públicos do país, que são geridos pelos estados.
Defendendo o uso de cafeína pelos médicos, o documento do departamento médico argumenta que, comparada a outras drogas psicoativas e estimulantes, a cafeína é mais prontamente disponível e mais barata. Por outro lado, os sindicatos médicos se contrapõem à medida, considerando que essa não seria uma forma eficaz de lidar com a fadiga e a falta de médicos nos hospitais públicos. A autoridade de Saúde de Queensland, Paul Lucas, por sua vez, destaca que estão previstos, para os próximos dois anos, o treinamento de mais médicos e a redução das jornadas de trabalho, mas nada muito imediato.
Fonte: ReutersHealth. 08 de setembro de 2009