cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), conhecida popularmente como "cirurgia de ponte de safena", é uma das opções de tratamento para os pacientes com obstruções coronarianas por placas de ateroma (doença arterial coronariana).

Um dos enxertos mais utilizados para a realização dos desvios de sangue (pontes) é a veia safena, por isso,  este procedimento cirúrgico recebeu este nome. Um levantamento recente concluiu que a expectativa média de vida após uma CRM aproxima-se de 18 anos.

O comprometimento do tronco da artéria coronária esquerda (principal artéria do coração), a presença de várias artérias obstruídas, principalmente em diabéticos ou naqueles aonde a angioplastia coronariana não é factível, são as principais indicações para a realização de uma CRM.

Este tipo de cirurgia visa proporcionar um alívio dos sintomas (como a angina do peito), melhorar a qualidade de vida dos pacientes e ainda, proporcionar um aumento da expectativa de vida.

Ron van Domburg, um epidemiologista clínico do Erasmus Medical Centre (Holanda), iniciou um levantamento para estimar qual é a expectativa de vida dos pacientes submetidos a este procedimento.O seu trabalho iníciou em meados dos anos 80. Nesta ocasião, a CRM não era realizada rotineiramente e a lista de espera dos pacientes pela cirurgia era longa. Muitas vezes, os doentes tinham de esperar por até um ano antes de realizar a CRM, o que significa que houve um viés de seleção, ou seja, "apenas os mais pacientes mais fortes sobreviveram ao longo do tempo das listas de espera", comentou Van Domburg.

Quase trinta anos depois, Van Domburg e seus colegas tem agora todos os dados sobre os primeiros 1.041 pacientes submetidos à CRM do Erasmus Medical Centre. Este é o estudo mais completo de acompanhamento dos pacientes tratados com CRM, e  o único que permite uma avaliação mais precisa da expectativa média de vida destes pacientes.

Os autores do estudo obervaram que a expectativa média de vida após uma CRM aproxima-se de 18 anos. Os investigadores estão agora querendo avaliar a influência dos fatores de risco específicos, tais como tabagismo ou diabete melito, na expectativa média de vida após a CRM.

É possível que os resultados obtidos pelos investigadores holandeses, possa não refletir a realidade dos pacientes oriundos de outros locais do mundo.

Fonte:European Heart Journal(2009).