da France Presse, em Paris

Os medicamentos contra a gripe como o Tamiflu não deveriam ser prescritos para crianças pois as contraindicações são maiores do que os benefícios, afirmam médicos britânicos em um estudo publicado nesta segunda-feira no British Medical Journal (BMJ).

Os pesquisadores pediram neste estudo que a agência sanitária do Reino Unido reconsidere de forma urgente a atual política de medicação em função da epidemia de gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1).

O médico Carl Henegan, clínico geral e especialista do Hospital John Radcliffe de Oxford, um dos autores do estudo, considera que a atual política de prescrever Tamiflu para uma doença relativamente benigna é uma "estratégia inadequada". Os efeitos nefastos de uma prescrição sistemática, como a praticada neste momento na Inglaterra, são superiores aos benefícios como a redução dos sintomas em um dia e meio, afirma Henegan.

O Tamiflu pode ser obtido sem receita médica na Inglaterra.

O estudo, que se baseia numa análise dos dados disponibilizados ao fim de testes comparativos de inibidores da neuraminidasa (enzima presente no vírus da gripe) nas crianças, enfatiza que o Tamiflu pode causar vômitos em algumas crianças e que pode provocar desidratação e outras complicações.

Sempre segundo o estudo, o medicamento tem pouco ou nenhum efeito na crise de asma ou numa crise de otite.

Esta pesquisa é divulgada mais de uma semana depois que outros especialistas enfatizaram que as crianças que de forma preventiva receberam o Tamiflu tiveram efeitos colaterais como náuseas e pesadelos.

A Agência Sanitária britânica, a Health Protection Agency (HPA), indicou que mais da metade dos 248 menores que tomaram Tamiflu, depois que seus colegas contraíram gripe suína, tiveram efeitos secundários como náuseas, insônia e pesadelos.

Fonte: FSP, 10 de Agoosto de 2009.