São Paulo - A eficácia do medicamento Tamiflu, usado para tratar pacientes com o vírus da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, está sendo questionada. Um levantamento preliminar realizado com pacientes graves com suspeita ou confirmação de gripe suína no Rio Grande do Sul levou o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual a relativizarem a importância do oseltamivir (Tamiflu) no combate à doença. A pesquisa mostra que o número de mortes foi semelhante entre os doentes que receberam o remédio nas primeiras 48 horas, como recomenda a bula, e aqueles que receberam após esse período.

De um total de 83 pacientes avaliados, 36,1% foram medicados com o Tamiflu nas primeiras 48 horas, 38,5% depois desse período e 25,3% não o receberam. No entanto, os dois primeiros grupos tiveram número semelhante de mortos: 12 e 14, respectivamente. Entre aqueles que não tomaram a droga houve apenas seis mortes.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Gerson Penna, os dados desfazem o mito em torno do remédio. "Só o que salva é a vacina", afirmou durante evento sobre a nova gripe no sábado, em São Paulo. O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, informou, em entrevista por telefone, que o estudo será ampliado e trará mais detalhes.

A infectologista Nancy Bellei, do comitê de Influenza da Sociedade Brasileira de Infectologia, alerta, porém, para o pequeno número de casos avaliados, o que dificulta conclusões. A especialista destaca ainda que são necessários mais detalhes, como o estado e as características dos pacientes de cada grupo. "Em pacientes graves é possível que o antiviral não mude o curso da doença."

Fonte: OESP, 17 de setembro de 2009.