As alterações na proteína ocorreriam no início da insuficiência cardíaca, e, na pesquisa, as mesmas modificações químicas para a desmina foram encontradas no músculo cardíaco em quatro pessoas diagnosticadas com insuficiência cardíaca. Essas proteínas e os detritos similares ao amiloide já haviam sido observadas em camundongos geneticamente modificados para ter insuficiência cardíaca crônica, oferecendo as primeiras evidências ligando as duas doenças crônicas.
A nova pesquisa, segundo os autores, seria a primeira a ligar mudanças estruturais na desmina às malformações observadas no coração que começa a falhar, e a sugerir que amiloides tóxicos similares à desmina poderiam se formar em resposta ao estresse colocado sobre o coração. Em alguns experimentos, os cientistas analisaram proteínas do tecido cardíaco coletadas de um grupo de cães com o coração cirurgicamente modificado para bater irregularmente, se tornar estressado e falhar, como na insuficiência cardíaca. E, comparando com amostras saudáveis, eles observaram que havia o acúmulo de detritos similares a amiloides contendo desmina nos tecidos cardíacos dos cães doentes.
"Em nossos estudos preliminares, descobrimos que a desmina muda quimicamente e estruturalmente, se transformando em espécies tóxicas", destacaram os autores, acrescentando que esse mecanismo é similar ao que acontece no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer. "Nosso estudo nos leva a acreditar que a desmina cumpre um papel chave na insuficiência cardíaca. Agora, temos um alvo químico para futuras pesquisas e para nos ajudar a investigar o que poderia ser a causa biológica subjacente da insuficiência cardíaca e se ela é como a do Alzheimer, uma doença relacionada ao amiloide", concluíram.
Fonte: American Heart Association Scientific Sessions 2009. Press release. 16 de novembro de 2009
Fonte: Bibliomed, 24 de novembro de 2009