A insatisfação com o atendimento intra-hospitalar do acidente vascular encefálico (AVE) agudo – derrame cerebral – é parte de um complexo mais amplo que inclui um mau resultado funcional, depressão, baixa percepção da saúde geral, e insatisfação não só com os cuidados agudos, mas também com cuidados de saúde e serviços sociais em geral.

Pesquisadores suecos utilizaram os dados do Swedish Stroke Register (Riks-Stroke) para avaliar as características dos pacientes e os serviços de atendimento de acidente vascular encefálico como determinantes da insatisfação em relação ao atendimento hospitalar após um episódio de AVE. Todos os 79 hospitais suecos que atendem esse tipo de evento vascular participaram na pesquisa. E os resultados foram publicados na edição de dezembro da revista Stroke..

Realizada entre os anos de 2001 e 2007, a pesquisa incluiu 104.876 pacientes (87% dos sobreviventes), que responderam um questionário três meses após o AVE, incluindo questões acerca da satisfação em vários aspectos dos cuidados após o episódio. A maioria deles (>90%) ficou satisfeita com os cuidados recebidos no hospital.

Segundo os autores, a insatisfação esteve associada com a evolução após três meses. Os pacientes que eram dependentes em relação às atividades de vida diária sentiram-se deprimidos, e os que apresentaram uma percepção ruim da própria saúde tinham mais chance de estarem insatisfeitos. "A evolução adversa – dependência para realizar atividades da vida diária, depressão, percepção ruim da própria saúde – foi o preditor mais forte de insatisfação com os primeiros cuidados recebidos no hospital após um AVE", destacaram os pesquisadores.

Os resultados indicaram também que os pacientes atendidos em unidades especializadas no tratamento de acidentes vasculares encefálicos agudos geralmente eram menos insatisfeitos do que aqueles atendidos no pronto atendimento, bem como aqueles pacientes que foram atendidos em pequenos hospitais (em comparação com hospitais de médio e grande porte) e aqueles pacientes que foram submetidos a um planejamento da alta.

Stroke. Volume 40, Number 12, Sep 2009. Pages 3851-3856

Fonte: Bibliomed, 11 de dezembro de 2009