Uma pesquisa japonesa inicialmente desenvolvida para avaliar a relação entre o hábito de fumar no início da gestação e o risco de aborto indicou que mulheres que trabalham no primeiro trimestre de gestação podem ter mais chances de perder o bebê. Porém, os pesquisadores sugerem cautela com os resultados e destacam que mais estudos são necessários para confirmação.

Avaliando dados de mais de mil mulheres que já haviam passado por uma gravidez, os pesquisadores da Universidade de Osaka descobriram que aquelas que haviam trabalhado durante o primeiro trimestre da gestação tinham 65% maior risco de ter um aborto, comparadas àquelas que não trabalharam fora de casa no período. Entre as mulheres que sofreram aborto, 33% disseram trabalhar fora; e essa taxa foi de apenas 19% entre aquelas que tiveram o bebê normalmente.

No entanto, diferentemente da relação entre o hábito de fumar na gravidez e o maior risco de aborto, não havia consistência na associação da perda do bebê com o trabalho da mulher no início da gestação. Segundo os autores, o estudo não tinha informações sobre o trabalho de 35% das voluntárias, por isso, os pesquisadores não puderam dividi-las de acordo com o tipo de trabalho - o que poderia fazer grande diferença, visto que alguns estudos indicam que apenas trabalhos com grande demanda física e aqueles ligados à exposição a certos produtos químicos estariam associados ao risco de aborto.