A dismenorreia primária, popularmente conhecida como cólica menstrual, é uma manifestação dolorosa no baixo ventre ocorrida no período menstrual. Normalmente, vem associada a dores de cabeça, diarreia, dores nas costas, fadiga, inchaço e náusea. Após os primeiros anos da primeira menstruação, muitas mulheres já sentem esses incômodos que a acompanharão por muitos anos. Em alguns casos, a intensidade diminui em alguns anos ou após a primeira gravidez.

Com maior incidência entre jovens em idade escolar, devido ao útero imaturo, a cólica menstrual atinge cerca de 75% das adolescentes, sendo que em 15% delas, as dores são tão fortes que levam a faltas e queda do rendimento escolar. O mesmo acontece no ambiente de trabalho, que acaba prejudicado.



Conforme especialistas, a intensidade da cólica depende de fatores do próprio útero e também do limiar de sensibilidade à dor, que é uma variável dependente de cada mulher. 

A dor da cólica menstrual está presente em 70% a 90% das mulheres em idade reprodutiva, podendo ser branda, moderada ou severa. Os casos severos correspondem a 10% do total. Conforme estudos, entre os sintomas da dismenorreia, o cansaço é o mais frequente e atinge 59,8% das mulheres, vindo logo atrás do inchaço nas pernas (51%), cefaleia (46,1%), diarreia (25,5%) e vômito (14,7%).

O desconforto menstrual acontece, geralmente, apenas nos dois primeiros dias do ciclo, podendo variar a cada mês, estendendo-se por mais dias ou ausentando-se por algum período.

 Além destes sintomas próprios do período menstrual, há a famosa TPM, sigla para tensão pré-menstrual, que afeta o sistema nervoso central e interfere no humor. A TPM geralmente ocorre na segunda metade do ciclo menstrual, trazendo sintomas físicos e comportamentais que podem prejudicar o trabalho e os relacionamentos pessoais. Cerca de 40% das mulheres já foram afetadas pela TPM. De 2% a 3% delas, com idades entre 15 e 45 anos, tiveram quadros graves.

Os sintomas mais comuns da TPM são retenção hídrica, sensibilidade mamária, irritabilidade, ansiedade e, nos casos mais graves, agressividade e depressão.

A ocorrência de TPM e dismenorreia não é uma regra. Há mulheres que não apresentam nenhum deles, algumas apresentam apenas um dos quadros e outras os têm combinadamente. No entanto, a correlação de intensidade entre elas não existe.

Para minimizar os efeitos negativos deste período da vida da mulher, especialistas explicam que, embora alguns medicamentos possam combater a dor momentânea, o ideal é procurar o ginecologista para um tratamento a longo prazo nos casos mais frequentes e severos. Essa avaliação é extremamente importante para descartar a presença de doenças que possam provocar os sintomas, como endometriose, doença inflamatória pélvica ou estreitamento do canal cervical.

Descartadas outras causas, o tratamento geralmente combina medicamentos e métodos contraceptivos, como o uso contínuo da pílula anticoncepcional, sem o intervalo para a menstruação. Não há prejuízo à saúde das usuárias quando se emendam cartelas de anticoncepcionais. Pelo contrário, o que pode haver é o benefício do alívio de alguns sintomas relacionados à menstruação e ao período pré-menstrual, como cólicas e TPM.

É importante salientar que todos os tipos de pílula anticoncepcional podem trazer benefícios para as cólicas menstruais. Alguns métodos mais modernos, inclusive, tratam também a TPM.

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