São Paulo - A Fundação Zerbini vai deixar a gestão do Instituto do Coração do Distrito Federal (Incor-DF) no dia 19 de janeiro para se dedicar com exclusividade à gestão do Incor-SP. Em novembro, a fundação comunicou a decisão aos principais interessados - os governos de São Paulo e do Distrito Federal, o Senado Federal e o Ministério da Defesa. O ministro Nelson Jobim convocou o Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul para assumir o Incor-DF. Há uma semana o IC-RS negocia com a Zerbini, com previsão de um acerto até meados de janeiro.

Quando explodiu sua grande crise financeira no final de 2006, a Zerbini assumiu uma série de compromissos para ser ajudada pelo governo de São Paulo. À época, o governo paulista assumiu a dívida de R$ 120 milhões com o BNDES, mas exigiu em troca a saída do Incor-DF, corte de pessoal e redução de salários acima de R$ 16 mil. Outra exigência atendida foi que a composição do Conselho Curador da Zerbini - que tinha 8 representantes do Incor e 4 de fora - passasse a ter 6 e 6.

A intervenção do governo estadual salvou o Incor da crise detectada em fins de 2006, que apurou uma dívida de R$ 245 milhões na Fundação Zerbini, mantenedora do Incor. O primeiro passo foi afastar as antigas direções da Zerbini e do Incor. As duas entidades passaram a ser dirigidas pelo infectologista David Uip e pelo imunologista Jorge Kalil, que iniciaram o processo de saneamento. Auditoria interna feita pela nova gestão redundou em sete inquéritos que estão sendo apurados pelo Ministério Público.

Fonte: OESP, 7 de Janeiro de 2009.