SÃO PAULO - Quatro anos após a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) da cirurgia de correção da lipodistrofia para pacientes com aids, o procedimento começa a sair do papel. Até agora, apenas cinco centros estavam habilitados pelo Ministério da Saúde a realizar as cirurgias. Três novas portarias, publicadas na edição desta sexta-feira, 23, do Diário Ofical da União (D.O) aumentam para vinte os locais e elevam o financiamento anual para R$ 4,5 milhões. "Como o volume de procedimentos era muito pequeno, os gastos eram quase insignificantes", revela o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame.

 

Cerca de 5% dos pacientes que fazem uso de medicamentos antirretrovirais desenvolvem a lipodistrofia. A doença causa a perda de gordura no rosto ou nas nádegas e acúmulo em outras partes do corpo como pescoço, braços e costas. No Brasil, cerca de 186 mil pessoas recebem os medicamentos gratuitamente do Programa Nacional de DST/Aids. "O paciente que desenvolve a doença fica com a identidade da aids no rosto. Alguns deles chegam a desistir do tratamento", diz Beltrame.

 

A partir de agora, as cirurgias de correção da lipodistrofia na face podem ser feitas também em ambulatórios e não apenas em hospitais. As portarias do Ministério da Saúde preveem também o aumento da remuneração dos centros para o tratamento e autorização para o uso do polimetilmetacrilato (PMMA) em cirurgias de preenchimento das nádegas. Até o final de 2009, a expectativa da pasta é contar com 64 serviços cadastrados em todos os Estados.

Fonte: OESP, 23 de Janeiro de 2009