A recepção de 1.375 médicos brasileiros formados no exterior no Programa Mais Médicos, divulgada em 3 de outubro, poderia soar como boa notícia aos pacientes de todo o Brasil. Contudo, só traz preocupações para quem de fato busca seriedade e qualidade na assistência à saúde. 

O grande problema é que esses profissionais que se espalharão pelo território nacional passarão a atender a população sem passar pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, o Revalida. Dessa forma, o que deveria vir como solução certamente se tornará mais um agravante para o atendimento aos pacientes, já tão prejudicado por más gestões e falta de compromisso social por parte da maioria da classe política.

Quando escolhemos ser médico, sabemos que teremos de estudar obstinadamente para passar no vestibular de uma boa universidade. Temos consciência de que dedicaremos anos e mais anos de nossas vidas à atualização científica, pois a ciência nos traz novidades a cada dia. 

Sabemos de igual forma que será preciso encarar doenças e a própria morte de frente sem dramatização, porém com humanismo, sem perder a ternura. Durante a formação e ainda no início de carreira, nutrimos fé quase inabalável na medicina. Encanta-nos e emociona-nos cuidar do outro, lidar com gente.

Essa é a essência de nossa arte. Ser médico requer esse tipo de sentimento: olhar carinhoso e dedicação humanística. Se tudo é assim tão especial, o que há faz do Brasil uma nação de sistema de saúde doente, políticas públicas em colapso clínico, profissionais depressivos e pacientes em crise crônica?

 

 

De 02 a 08 de outubro de 2017 será realizado no MINASCENTRO, em Belo Horizonte (MG), o 14º Congresso Brasileiro de Clinica Médica, que é o mais importante evento da especialidade no Brasil. Estarão reunidos mais de 5 mil participantes para debater os principais temas da esfera da Clínica Médica juntamente com 172 palestrantes  dos vários estados do país, além do médico cardiologista argentino, Rodolfo Bado, que é professor da escola de pós-graduação da Associação Médica Argentina e membro do comitê de ensino da Sociedade de Medicina Interna de Buenos Aires (SMIBA). Para conhecer todos os palestrantes confirmados, acesse: http://clinicamedica2017.com.br/evento/2017/programacao/palestrantes

As inscrições podem ser realizadas até dia 22 de setembro de 2017 através do site www.clinicamedica2017.com.br

 

Faz exatamente um mês o Governo Federal promoveu mais um descalabro, atingindo em particular os que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde. Em uma simples canetada, forneceu autorização legal para a abertura de onze novas faculdades de medicina. 

Quem vê a notícia de relance, sem se aprofundar no assunto, tem até a impressão de que pode ser algo benéfico. Afinal, o Brasil sofre sim com a carência de profissionais em áreas remotas e nas periferias. Ocorre que a permissão para o funcionamento desses cursos médicos nem de longe foca o problema da desassistência. Pior, não tem qualquer efetividade para combatê-lo e ainda estabelece cenário propício para o colapso do atendimento, em especial, como já citei, àqueles mais vulneráveis socialmente. 

Os 11 cursos oferecidos, que serão realizados dias 02, 03, 07 e 08 de outubro, são ACLS, BLS, PALS, SECLIN, CARDIGEM, TMURGEM, VMURGEM, ECOMURGEM, NEUROURGEM, VIAMURGEM e Segurança do Paciente na Prática. “É importante reforçar que, para se inscrever nos cursos, é necessário que o congressista esteja inscrito também no congresso. As vagas são limitadas”, afirma o presidente do evento, Dr. Oswaldo Fortini Levindo Coelho.

Inscreva-se! www.clinicamedica2017.com.br

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