No dia 19 de janeiro aconteceu na sede da Associação Médica Brasileira uma reunião de pré-lançamento de uma Campanha Nacional com o objetivo de promover a segurança do paciente no processo de prescrição. O presidente do Capítulo de Medicina de Urgência representou a entidade na ocasião.  

Já foram definidos os principais temas que serão tratados na 7ª edição do Curso Avançado de Reciclagem em Clínica Médica, que acontece de 8 a 12 de agosto de 2016, no Centrode Convenções Milenium, em São Paulo (SP).

Nos moldes dos anteriores, durante uma semana o participante estará imerso em discussões de temas relevantes ao dia a dia do clínico, tendo a chance de reciclar sua formação com o que há de mais atual, incluindo novos tratamentos e ferramentas diagnósticas desenvolvidos no Brasil e no exterior.

Confira abaixo o temário preliminar:

Infarto Agudo do Miocárdio
Antibióticos
Insuficiência Cardíaca
Síndromes Isquêmicas Agudas do Coração
Doença Inflamatória Intestinal
Fibrilação Atrial
Doença Arterial Coronária
Arritmias Cardíacas
Cardioembolismo
Asma
Diabetes
Hepatites Virais
Hipertensão Arterial Sistêmica
Dor
Anemias
Trombofilias
Artrite Reumatoide
Equilíbrio Ácido-Base e Hidroeletrolítico
Glomerulopatias
Insuficiência Renal Aguda e Crônica

As inscrições estarão abertas a partir de 01 de fevereiro de 2016.

Para saber mais, acesse o site www.sbcm.org.br/reciclagem2016.

 

Em 26 de fevereiro, a Escola Paulista de Clínica Médica dá início ao aguardado curso de Fisiopatologia Aplicada na Clínica Médica. Em nível de graduação, o curso de 300 horas tem como objetivo proporcionar formação de qualidade aos alunos a partir do 3º ano do curso de Medicina, permitindo que desenvolvam habilidades para o diagnóstico clínico adequado, baseado na fisiopatologia e não apenas na semelhança. Com isso o aluno aprenderá a desenvolver o raciocínio clínico e hipotético dedutivo.

Além dos conteúdos teóricos e das aulas práticas, o curso inclui discussão de casos clínicos e correlações anatomo-clínicas. Sua metodologia ativa no ensino médico tem como meta estabelecer uma relação cooperativa entre professor e aluno, na qual este último encontrará suporte mesmo fora das aulas. A monitoria almejada em todas as escolas médicas, não viabilizada em muitas destas instituições, será desenvolvida na EPCM com a metodologia inerente a este tipo de assessoramento acadêmico tão necessários nos dias de hoje. Aqueles que tiverem interesse na iniciação científica, também poderão pleiteá-la, pois o corpo docente oferece as condições necessárias para desenvolvimento de trabalhos científicos em nível de graduação, com validade para o currículo e aprimoramento do raciocínio clínico e da prática médica. “Em paralelo, já estamos programando a realização de um Congresso de Iniciação Científica que será marcado pela apresentação das monografias em sessão solene e pública”, afirma o diretor da EPCM, Antonio Carlos Lopes. 

As aulas acontecem às sextas-feiras, das 19h às 22h25, e aos sábados, das 8h25 às 18h25, quando serão também ministradas duas aulas de Disciplinas Transversais da área de Humanidades: Direito em Saúde, Gestão em Saúde e Ética e Bioética. As aulas práticas, disponíveis apenas para alunos inscritos na modalidade presencial, acontecerão no sábado seguinte, em diversas instituições de saúde da capital paulista. 

Para saber mais acesse: www.escoladeclinicamedica.com.br

Confira o cronograma completo do curso

26 e 27 de FEVEREIRO: Cardiologia -  João Manoel Theotonio
18 e 19 de MARÇO: Endocrinologia -  Maria Gabriela Bulisani
29 e 30 de ABRIL: Gastroenterologia -  José Carlos Aguiar Bonadia
20 e 21 de MAIO: Infectologia - Leonardo Weissmann
24 e 25 de JUNHO: Neurologia - Mauro Atra
26 e 27 de AGOSTO: Reumatologia - Nefrologia -  Fabio Freire
23 e 24 de SETEMBRO: Pneumologia -  Luiza Helena Degani Costa
28 e 29 de OUTUBRO: Imagem - Hematologia -  Viviane Abib e Fabio Kebauy
25 e 26 de NOVEMBRO: Geriatria -  João Paulo Ribeiro
09 e 10 de DEZEMBRO: Urgência e Emergência -  Fernando Sabia Tallo

 

Tem início em 12 de março o I Curso de Atualização em Direito em Saúde, coordenado pelo jurista Oswaldo Henrique Duek Marques, livre-docente, professor titular da Faculdade de Direito da PUC-SP e coordenador do núcleo de Direito Penal da Pós-graduação stricto sensu desta mesma Universidade. Composto por 3 módulos que somam 45 horas, o curso busca promover uma aproximação entre a Medicina e o Direito, com enfoque inicial na Constituição Brasileira e nos fundamentos e princípios da Bioética. Será estudada, ainda, a responsabilidade médica nas esferas civil e criminal. “No exercício da profissão, os médicos lidam cotidianamente com questões relacionadas á vida e o bem estar da população e, por esse motivo, são expostos a diversos riscos inerentes à sua atividade, motivo pelo qual se afigura importante o conhecimento do Direito Médico, para atuarem com segurança jurídica”, afirma o diretor da EPCM, Antonio Carlos Lopes.

Para saber mais, acesse www.escoladeclinicamedica.com.br

 

Confira a programação completa:

 

Módulo I - UMA APROXIMAÇÃO ENTRE O DIREITO E A MEDICINA

12/03/2016 - 9h às 12h
Abertura: Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes
Apresentação do curso: Prof. Dr. Oswaldo Henrique Duek Marques
Aula Magna: Prof. Dr. José Manoel de Arruda Alvim Netto

14/03/2016 - 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Tercio Sampaio Ferraz - Direito à Saúde no âmbito Constitucional

21/03/2016 - - 19h30 às 22h20
Profa. Dra. Carolina Alves de Souza Lima - Fundamento e Princípios de Bioética.

 

Módulo II - RESPONSABILIDADE MÉDICA NO ÂMBITO CIVIL

28/03/2016 - 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Francisco José Cahali - Noções gerais e amplitude da responsabilidade civil na área médica.

04/04/2016 - 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Rogério Donnini - A responsabilidade civil médica na contemporaneidade.

11/04/2016 - 19h30 às 22h20
Profa. Dra. Claudia Elisabete Schwerz Cahali - Erro médico: caracterização e efeitos no âmbito civil.

18/04/2016 - 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Francisco José Cahali - A conduta do médico diante das Diretivas Antecipadas de Vontade (DAVS) e da recusa do paciente ao tratamento médico.

25/04/2016 - 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Rogério Donnini - A responsabilidade civil hospitalar e a possibilidade do direito de regresso contra o médico.

02/05/2016 - 19h30 às 22h20 
Profa. Dra. Claudia Elisabete Schwerz Cahali - Aspectos relevantes do processo judicial nas ações de responsabilidade civil do médico.

 

Módulo III - RESPONSABILIDADE MÉDICA NO ÂMBITO PENAL

09/05/2016 – 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Gustavo Octaviano Diniz Junqueira – Uma aproximação ao Direito Penal Médico

16/05/2016 – 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Oswaldo Henrique Duek Marques – Ação e omissão do Médico: posição de garante.

23/05/2016 – 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Oswaldo Henrique Duek Marques - Independência do Médico e autonomia do Paciente

30/05/2016 – 19h30 às 22h20
Prof. Dr. Alexis Couto de Brito – Gestão do risco na conduta médica

06/06/2016 – 19h30 às 22h20
Profa. Dra. Maria Patricia Vanzolini Figueiredo – Erro médico: limite da culpa penal.

13/06/2016 - 19h30 às 22h20
Profa. Dra. Maria Patricia Vanzolini Figueiredo – Responsabilidade criminal em temas específicos.

 

A relação entre o humanismo e a prática da medicina é objeto de inúmeros estudos, pesquisas e artigos no Brasil e no mundo. São várias as linhas de pensamento. Há, contudo, algumas premissas unânimes. Cito, por exemplo, a que atribui a desumanização às falhas do sistema e à falta de políticas de saúde consistentes.

Destaco, sem medo de errar, que parte do problema também se deve à decadência do aparelho de ensino, à formação insuficiente, à desvalorização do papel do médico. A turva visão social de alguns gestores é outro motivador da medicina se afastar cada vez mais de sua essência.

Salta aos olhos nos dias de hoje o descompromisso com os cidadãos por parte de hospitais de grande porte da rede pública. Seja para manter privilégios de uma casta e/ou em virtude da incompetência administrativa, há instituições de renome cancelando cirurgias e consultas, garantindo apenas atendimento básico em urgência e emergência. Assim, mesmo com ressalvas.

Evidentemente existe a agravante do subfinanciamento da saúde. São de fato escassas as verbas da União, os estados também deixam a desejar nesse quesito e os municípios não colaboram. Em todos os níveis, mágicos da matemática maquiam contas para apresentar balanços em consonância com a Lei Complementar 141/2012, que estabelece a destinação de verbas mínima para a saúde.

Não podemos aceitar que gestores se apeguem à carência de recursos para justificar o que é fruto de incapacidade e, às vezes, de má fé. Se há pouco para gastar, que se gaste com responsabilidade e efetividade. Muitas contas não fecham, pois impera a cultura do desperdício. Fica a impressão de que não se pensa que alguém está pagando a conta.

Em hospitais com escolas médicas há mazelas ainda mais graves. Como os exames são “subsidiados”, joga-se dinheiro público no lixo. Uma investigação elementar mostrará que exames são solicitados sem controle e/ou critério. Um residente pede um, chega outro em turno diferente e pede mais um e assim segue. Uma auditoria facilmente encontrará o mesmo exame realizado três vezes em 24 horas, com iguais resultados.

A gestão hospitalar deve ser exercida por quadros qualificados e capacitados. Mas não é o que ocorre. Comumente ouvimos notícias de hospitais tidos como de excelência com gestão extremamente precária; isso porque quem exerce o cargo é incompetente, não tem formação adequada e, em casos específicos, nem boa índole.

Gestão é uma ciência tão relevante quanto à cardiologia, à pneumologia e assim por diante.

Em certas instituições, pessoas sem qualificação nem conhecimento na medicina ditam normas esdrúxulas, capitaneiam o Conselho Gestor sem base alguma. O resultado: desvio de verba, suplementações inadequadas, uso do serviço público para tratamento de doenças particulares, desvio de função...

Em determinadas castas diretivas é fácil encontrar indivíduos com suplementações salariais indevidas, que trabalham em outros lugares quando deveriam honrar o que recebem do Estado, prestando serviço à população.

Outro problema recorrente em hospital de ensino é que não tem quem ensine. Os teoricamente responsáveis pela formação não aparecem ou marcam o ponto (às vezes a distância, pela facilidade tecnológica) e vão para outro emprego. Daí a solicitação de exames desnecessários, apenas por curiosidade ou insegurança, sem indicação clínica, já que o aluno não tem mestre.

Sou médico e professor à moda antiga. Paciente para mim tem nome. Cuido de doentes não de doenças. Resgatar a boa prática da medicina, o humanismo e a cumplicidade entre médico e pacientes são prioridades para qualquer um que entenda o sistema de saúde como um direito básico do homem, conforme consagrado no artigo 196 da Constituição Federal.

Deixo então registrada minha indignação, mas jamais perderei a esperança nem a flama para lutar por mudanças. Assim, faço um chamado a todos os médicos, profissionais de saúde e cidadãos a valorizar a qualidade de vida e a dignidade humana em cada momento e campo profissional, em particular na medicina.

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

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