O funcionamento do organismo feminino e sua saúde vêm mudando significativamente em décadas recentes. Impossível determinar uma só causa, certo é que tudo tem relação com a emancipação e as conquistas delas em todos os campos, que só aumentam dia a dia.

Um marco é a manifestação de 7 de setembro de 1968, no Concurso de Miss América, nos Estados Unidos, com a famosa queima de sutiãs. O movimento para libertação feminina – já então ganhando espaços relevantes na mídia – foi impulsionado, agregando adeptas em todo o mundo.

Se foi exatamente aí que tudo começou, não há como afirmar. Importante, contudo, é que elas jamais arrefeceram. Até hoje, lutam por igualdade de direitos e obrigações, por motivos óbvios. E seguidamente somam avanços, o que só merece nosso apoio e elogios.

A mulher é hoje independente em suas atitudes, pensamentos e ideais, trazendo à sociedade cada vez mais contribuições. Por outro lado, a despeito de todas essas mudanças positivas, vieram ônus inerentes ao viver sob pressão, os decorrentes de fatores ambientais e sociais, entre outros. Isso fez crescer riscos e malefícios à saúde delas.

No grupo das ameaças à qualidade de vida, destaque também para a falta de tempo, a alimentação desregrada, o sedentarismo, o estresse, o abuso do álcool, entre diversos hábitos nocivos incorporados rapidamente pelas mulheres, deslizes até há pouco quase que apenas do sexo masculino.

O novo perfil da mulher é facilitador de doenças que até pouco tempo atrás eram típicas do sexo masculino, como, por exemplo, a doença arterial coronária.

À vista da medicina, elas merecem atenção e cuidados cada vez mais particulares. É necessário enxergá-las de maneira diferenciada, levando em conta diferenças orgânicas, físicas, fragilidades, pontos fortes e necessidades.

Há problemas específicos do sexo feminino, como o câncer de colo de útero ou a endometriose, e cuidados e intercorrências durante a gravidez, parto e pós-parto. Outros, embora incidam em homens, são mais predominantes na mulher, como o câncer de mama, osteoporose, depressão, esclerose múltipla, artrite reumatoide e muitos outros.

Neste cenário, é essencial rever e qualificar as políticas de atenção à saúde integral a elas, agora e permanentemente, na busca de tratamento e redução da incidência de todo o escopo de doenças. A mulher é ser especial e precisa ser olhada como tal. Os médicos e autoridades de saúde devemos respostas que assegurem bem-estar e equilíbrio.

Elas, por sua vez, devem viabilizar espaço em suas agendas para consultar o médico regularmente, estar atenta a qualquer alteração em seu corpo e praticar exercícios físicos regularmente, assim como manter sob controle taxas de colesterol e a hipertensão arterial. Têm, enfim, de se tornar prioridade própria.

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
*Artigo publicado no Diário do Grande ABC dia 19/10/2020

No Brasil, a comemoração do Dia do Médico acontece em 18 de outubro, em homenagem a São Lucas, padroeiro dos médicos segundo a fé cristã. De fato, que bom seria se o santo pudesse nos transmitir poderes divinos para enfrentar essa missão aparentemente de outro plano que 2020 nos apresentou.

A “ameaça invisível”, o vírus, nos pegou de surpresa e nos manteve reféns por muitos meses. Enquanto víamos a população sofrer nas garras da COVID-19, nós nos dedicamos e trabalhamos como nunca. De pouco em pouco, fomos aprendendo, se não a exterminar, ao menos a amenizar os estragos provocados pela doença.

Nessa luta contra o inimigo comum, enfrentamos muitos obstáculos. O medo de ser contaminado, a insalubridade nos centros de atendimento, as unidades lotadas de pacientes, a ganância de certas operadoras de planos de saúde, a falta de remuneração adequada, a subnotificação, a baixa adesão da população às medidas preventivas, a exaustão física e emocional... Enfim. São muitos e, infelizmente, todos eles nós já conhecemos bem.

A uma pandemia que parece estar longe de terminar, entregamos diariamente o nosso máximo a cada um de nossos pacientes. Com extrema dedicação, disposição e força de vontade, vivenciamos os princípios da nossa profissão como nunca antes. “A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza”, como declara o primeiro artigo do Código de Ética Médica.

Aprendemos ainda a lutar contra alguns fatores que nem são de nossa responsabilidade, como a ganância e a desinformação, emergentes em uma sociedade que se transforma a cada momento. Foi – e está sendo – uma tarefa árdua.

Por outro lado, avançamos muito enquanto ciência e tivemos nosso valor social reconhecido. Não estamos mais às cegas como há meses atrás e recebemos, por diversas vezes, aplausos na janela em reconhecimento ao nosso trabalho. A nossa missão é a de proteger a vida humana frente a todo e qualquer empecilho. Conseguimos. E sobreviveremos.

Parabéns a todos os colegas médicos por seu esforço, devoção e empenho. Mas lembrem-se: 18 de outubro será apenas um dia. O ano é dos médicos. As VIDAS são graças a vocês!

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica



O concurso é promovido pela SBCM em Convênio com a Associação Médica Brasileira e as inscrições estão abertas até o final do mês de outubro. A prova escrita, com 80 questões de múltipla escolha, será realizada na cidade de São Paulo (SP), em 06 de dezembro de 2020.

Veja todas as informações e pré-requisitos no edital publicado site da SBCM: https://bit.ly/31G0elR.



“Nós estamos passando por uma pandemia extremamente grave e cujo índice de mortalidade é muito alto. Posso dizer, sem medo de estar errado, que estamos enfrentando uma terceira guerra mundial. Uma guerra onde o agressor, o inimigo, não é visível. E consequentemente a dificuldade em combatê-lo é muito maior”.

Com essas palavras, o presidente da SBCM, Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes introduziu o primeiro programa da série “SBCM Debate”, que foi ao ar dia 03 de outubro e trouxe uma atual e detalhada análise sobre o que se sabe até agora a respeito da Covid-19, que já é responsável por mais de 1 milhão de mortes e um número superior a 35 milhões de contaminados no mundo todo. A conversa foi mediada pelo Dr. Abrão Cury, diretor da SBCM, médico da Disciplina de Clínica Médica da EPM/Unifesp e membro do corpo clínico do Hospital do Coração. Além dele, participaram o infectologista e médico da Disciplina de Infectologia da EPM/Unifesp, Dr. Guilherme Furtado, e o pneumologista do HCor, Dr. João Marcos Salge.

Eles falam sobre as características do novo coronavírus, o uso dos antivirais e corticoides, a antibioticoterapia e as vacinas promissoras.

A série foi idealizada e formatada pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes com objetivo discutir assuntos atuais da Medicina sob olhar do Clínico e das várias especialidades. Aguarde as próximas novidades e confira o primeiro programa: https://youtu.be/qQ9GtqkHivY.



Pela primeira vez em seus 10 anos de existência, o Curso de Reciclagem em Clínica Médica será realizado em formato 100% online. A data e a duração foram mantidas e as atividades acontecerão de 01 a 05 de fevereiro de 2021. A interação entre o palestrante e o aluno inscrito, principal característica do curso, será promovida por meio de chat e dos fóruns. Outra novidade é que todas as aulas ficarão disponíveis para acesso posterior por 30 dias após o término do curso.

O Professor Renato Lopes, Full Professor do Departamento de Cardiologia da Duke University (EUA) é um dos destaques da programação. Ele é reconhecido internacionalmente como um dos grandes nomes da pesquisa em Cardiologia. É investigador principal de importantes ensaios clínicos de larga escala como os estudos AUGUSTUS e ARTESiA.

Garanta sua vaga no site: www.epcm.org.br. O curso tem apoio da SBCM. 

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