*Fonte: CFM

Durante a pandemia provocada pela covid-19, centenas de médicos perderam suas vidas. Vários deles foram contaminados atuando na linha de frente contra o novo coronavírus. Independentemente de onde houve o contágio, todos cumpriram em vida a nobre função de oferecer cuidados que aliviam o sofrimento e podem levar à cura. Mais do que números, eles eram homens e mulheres que expressaram em cada dia de existência seu amor pela profissão.

Para homenagear esses médicos e médicas, que partiram de forma abrupta, deixando familiares, amigos e pacientes órfãos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou um memorial virtual que ao mesmo tempo faz uma homenagem a essas trajetórias e dimensiona as perdas causadas pela doença nesse segmento específico. A plataforma já está no ar.

Informações - O trabalho realizado ao longo dos últimos meses, com base em informações repassadas por conselhos regionais de medicina, sindicatos médicos, sociedades de especialidades, secretarias estaduais e municipais de saúde e publicados pela imprensa, registra esse momento ímpar da história da medicina no Brasil e resgata o elemento humano daqueles que partiram.

No memorial, eles não são tratados como números, mas como donos de trajetórias ímpares, relatando um pouco de suas caminhadas.  “Esta é uma homenagem do CFM e dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) para eternizar àqueles que dedicaram sua vida aos outros. Por trás das máscaras e do equipamento de proteção existiam mais do que grandes médicos, existiam pessoas de uma coragem tão enorme quanto sua vontade de ajudar”, cita a mensagem de abertura.

Atualização - Além desse resgate do lado humano, o banco de dados do memorial, que está em constante atualização, permite aos brasileiros acessar dados sobre o impacto da covid-19 na população médica. O sistema, desenvolvido pela Coordenação de Informática do CFM, dá a oportunidade ao cidadão de verificar números atualizados sobre o total de óbitos, agrupando-os por sexo, mês de ocorrência, região e estado.

O acesso a esses dados foi pensado de forma a ser intuitivo. Para tanto, basta clicar em um mapa do Brasil, que permite uma experiência interativa com os números, e em campos pré-determinados que ajudam a estabelecer os limites de busca dos interessados. A intenção é que as informações sejam alimentadas regularmente, o que torna a plataforma um item de relevância para quem monitora o tema.

Reconhecimento - Dentro do espírito de homenagem aos médicos que partiram precocemente durante a pandemia, o internauta poderá assistir a um vídeo gravado pelo ator Tony Ramos, no qual ele fala da paixão dos profissionais pelo exercício da medicina. Uma galeria de fotos, com flagrantes reais da rotina dos profissionais, foi agregada, assim como um espaço por onde a população pode mandar seu recado para os médicos, reconhecendo e valorizando seu papel na assistência.

A experiência ao visitar esse memorial criado pelos conselhos de medicina se encerra com o acesso a uma outra plataforma que foi também colocada à disposição dos profissionais que atuam contra a covid-19. No #LinhadeFrente, o médico poderá ouvir podcasts feitos sob medida com informações sobre o manejo de determinados quadros clínicos em pacientes contaminados pelo coronavírus, ler documentos de referência sobre o tema e consultar itens de legislação e reportagens.

No mesmo espaço, poderão fazer seus relatos sobre os problemas enfrentados no atendimento dos pacientes com covid-19. Por meio de um formulário simples, podem apontar dificuldades de acesso em seus locais de trabalho a equipamentos de proteção individual (EPIs), a leitos (de internação e de UTI), e a medicamentos e outros insumos. As queixas são encaminhadas diretamente aos CRMs para apuração.


*Fonte: AMB

O Conselho Científico da AMB se reuniu de forma extraordinária na terça-feira (17/11). O encontro, realizado de forma on-line, contou com a presença de membros da Comissão Especial do Conselho Federal de Medicina (CFM) que está revisando a prática da telemedicina no país. A reunião contou com a presença de Lincoln Ferreira, presidente da AMB, e foi presidida por Antonio Carlos Palandri Chagas, diretor Científico da entidade.

A telemedicina está autorizada no Brasil desde abril por meio da Lei nº 13.989/20, sancionada em caráter emergencial pelo presidente Jair Bolsonaro, para atender necessidades trazidas pela pandemia.Para elaborar a nova sugestão o CFM avaliou as mais de 2 mil propostas enviadas sobre o tema por médicos dos serviços público e privado e de entidades representativas.

De acordo com Donizetti Giamberardino Filho, 1º vice-presidente do CFM e coordenador da Comissão Especial, a nova resolução de telemedicina do CFM deverá garantir que a telemedicina ofereça acesso, conhecimento e qualidade no atendimento, mas não substitua a figura presencial do médico. Outra preocupação do CFM é garantir que a norma traduza a telemedicina apenas como ferramenta facilitadora do acesso à saúde.

A ética médica e outros detalhes, como a preservação da privacidade de dados e do prontuário do paciente, também têm sido estudados pela comissão. “A primeira consulta precisa ser presencial para garantir diagnóstico e prescrição mais efetivos após a anamnese e o exame físico. Temos que ter muito cuidado com a impessoalidade”, explicou o coordenador.

“A nova norma do CFM fará com que a prática seja um ato médico que não substituirá a presença física do médico”, reitera Lincoln Ferreira, presidente da AMB.

A minuta de resolução deverá ser debatida em Plenário da autarquia nos próximos meses.

Tramitam atualmente no Congresso Nacional algumas propostas de Reforma Tributária. Já faz décadas que, entra governo – sai governo – a simplificação e desoneração de impostos é dada como prioridade para que a economia flua melhor, para reparos de eventuais injustiças e para melhorar a vida das pessoas, além da performance de empresas.

Claro, se Reforma Tributária vier para cumprir o papel que acabei de citar, perfeito. É o que defendemos e ansiamos. Por outro lado, mudanças equivocadas, sem um aprofundado estudo de impactos econômicos/sociais, tendem a provocar desdobramentos graves.

Aqui, quero tratar especificamente dos malefícios que podem trazer para a assistência aos pacientes, ao exercício adequado da Medicina, assim como desequilíbrio financeiro de todo o setor da Saúde, com desestruturação de empresas e de mais desemprego. Somos a favor de uma reforma tributária que organize a carga de impostos e estabeleça a desoneração geral, ainda mais para a saúde, que é direito fundamental consagrado na Constituição.

Tenho lido muito sobre as PECs 45 e 110, em debate na Câmara e no Senado, além do projeto do Governo Federal de reformulação do PIS/Cofins. De forma geral, falta-lhes consistência, pecam por intervenção despropositada nas regras fiscais, e representam possibilidade de elevação tributos para na cadeia da saúde, podendo duplicá-los.

Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), mostra que somos responsáveis atualmente por 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e 11,6% da força de trabalho – são mais de 5 milhões empregos formais.

Majoração de impostos significa custos em alta, transferência da carga de produção e de serviços, resultando, por consequência, em acesso ainda mais restrito ao atendimento, hoje já bem prejudicado pela pandemia da Covid-19.

Assim, faz-se necessária, em qualquer proposta de reforma tributária, o estabelecimento de tratamento com alíquotas diferenciadas a todos os agentes da saúde, como o fizeram todos os países que ajustaram suas políticas de contribuição.

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
*Artigo publicado no portal Medicina S/A em 18/11/2020

 

Ciente do recente aumento do número de casos confirmados de Covid-19 no país, a Sociedade Brasileira de Clínica Médica optou por realizar a prova escrita para obtenção do Título de Especialista em Clínica Médica em FORMATO ONLINE. A nova avaliação será reagendada para outra data – ainda a definir - no início do próximo ano. A decisão da Diretoria da SBCM e da Comissão de Título de Especialista tem como objetivo fundamental garantir a segurança de todos os candidatos neste momento de apreensão. Qualquer dúvida, favor encaminhar para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Seguimos #JuntospelaClinicaMedica.

O mundo vive uma das maiores emergências sanitárias da história. No Brasil, já são mais de 5,5 milhões de casos e 150 mil mortes. Números astronômicos, perdas irreparáveis.

A situação poderia ter sido muito pior, não fosse o Sistema Único de Saúde (SUS). Há muito vilipendiado e subfinanciado, o SUS resiste bravamente como a única opção de assistência para mais da metade da população.

Durante a pandemia da Covid-19, certas falhas se tornaram ainda mais evidentes: superlotação, desatualização da tabela de procedimentos disponíveis e insuficiência de recursos. Por outro lado, o País só conseguiu superar momentos críticos, ainda que de maneira limitada, por meio do atendimento em serviço público. O SUS, assim, evidencia ser imprescindível em especial aos mais vulneráveis socialmente.

Há no horizonte a curto prazo, porém, a ameaça de colapso. Para 2021, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê redução de R$ 40 bilhões de investimentos à saúde em relação ao início de 2020. Justo quando a população, ainda profundamente abalada pelas perdas e depauperada pela crise econômica, recorre ao SUS para retomar o acompanhamento de outras doenças.

Os recursos orçados não atendem as necessidades nem do serviço prestado em situação regular – da qual estamos bem distantes. A volta dos pacientes que evitaram os centros médicos por conta da pandemia somado à chegada de outras que não conseguem mais bancar as mensalidades dos planos de saúde favorecem a instalação de grave crise.

É insustentável que o SUS receba, ainda sob ameaça da Covid-19, menos recursos do que necessitaria em períodos de normalidade. O papel da saúde pública é essencial no controle à pandemia, no acompanhamento e recuperação dos pacientes e na adaptação para atender com urgência um número absurdo de brasileiros.

Aqui destaco com orgulho a dedicação de médicos e demais colegas das equipes multidisciplinares. São eles que fazem o SUS de todos nós, mas ainda assim permanecem desvalorizados, com péssima remuneração e condições de trabalho adversas.

Um sistema de tamanha magnitude não se sustenta sozinho – muito menos, sem recursos. Vemos o relógio correr em contagem regressiva, sem que medidas concretas sejam envidadas para colocar o Sistema Único de Saúde no caminho adequado à garantia constitucional de prover a todos os brasileiros de assistência integral, universal e de qualidade.

Ao contrário, a perspectiva é de piora do quadro. Hoje, com o envelhecimento da população aumenta a demanda por atendimentos mais complexos. Assim, se o cobertor já era curto, a tendência é de risco… Atitudes responsáveis são urgentes.

Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
*Artigo publicado no Diário do Grande ABC em 02/11/2020.

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