Vírus têm a capacidade de modificarem seu material genético, podendo fazer surgir novas doenças de difícil combate. No caso do COVID-19, especula-se que a origem tenha vindo de morcegos que infectaram outros animais selvagens, os quais, por sua vez, contaminaram o homem. Mas, essa não é a primeira pandemia a assolar o globo: já houveram episódios como o da peste negra, gripe espanhola e gripe suína.

De acordo com o coordenador do Departamento Científico de Infectologia da Associação Paulista de Medicina (APM), Dr. Adilson Westheimer, “apesar dos avanços da medicina e da tecnologia nos últimos anos, devemos respeitar a natureza e nos preparar para mudanças que podem acontecer de tempos em tempos”. Ainda segundo o infectologista, mesmo que tenhamos uma sociedade mais organizada em termos de condições sanitárias, educação ambiental e segurança social, as pandemias sempre serão um grande desafio.

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As obras, que serão lançadas em 28 de setembro, foram escritas por um time de autores renomados. Com abordagem na prática baseada em evidências, os livros trazem ao debate as questões éticas e reforçam o olhar sobre o relacionamento médico-paciente.

De acordo com um dos autores, Dr. Marcio Delascio Lopes, o trabalho foi fruto de muita dedicação e comprometimento. “O objetivo foi trazer o que há de mais atual para auxiliar outros profissionais que trabalham não só em atenção primária. Contribuir com essa realização me enche de orgulho e me faz acreditar que todo esforço vale a pena em prol de nossa missão como médicos e orientadores”, afirmou, parabenizando a equipe envolvida da Faculdade Santa Marcelina e do Hospital Santa Marcelina.

Os livros podem ser adquiridos no site da editora: martinari.com.br.



"Foram meus mestres que me ensinaram a arte de curar pelo testemunho da presença. Ensinaram habilidades, ética e atitude. Ensinaram humanismo e, fundamentalmente, disciplina e hierarquia. Esses aprendizados carrego comigo e são muito importantes na minha vida profissional, na vivência acadêmica e em todas as minhas atividades”.

O presidente da SBCM, Antonio Carlos Lopes, refletiu sobre a importância do aprendizado à beira do leito em seu discurso proferido durante a cerimônia virtual de outorga de Títulos Honoríficos pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Ele recebeu o título de Professor Emérito no último dia 11 de agosto. Trata-se da mais alta honraria concedida a professores aposentados que foram pioneiros em suas áreas e tiveram contribuição excepcional para o ensino, a pesquisa e a assistência.

*Fonte: CFM

Uma Comissão Especial do Conselho Federal de Medicina (CFM) está revisando a prática da telemedicina no país, hoje regulamentada pela Resolução CFM nº 1.643/02. O grupo, que se reuniu três vezes entre junho e julho, apresentará minuta de resolução para ser discutida pelo Plenário da autarquia nos próximos meses. A proposta é que se tenha uma norma ética, técnica e segura para a prática da telemedicina no Brasil.

Cinco princípios devem nortear a elaboração da nova resolução de telemedicina do CFM. O primeiro é a relevância da relação médico-paciente. "Esse é o principal valor da profissão médica, e é por meio dessa relação que se estabelece a necessária confiança. O padrão-ouro é o atendimento presencial. A telemedicina tem que vir como uma tecnologia, visando principalmente facilitar o acesso", afirma o 1º vice-presidente do CFM e coordenador da Comissão Especial, Donizetti Giamberardino Filho.

De acordo com o dirigente, a telemedicina "pode, por exemplo, transferir conhecimentos entre centros médicos, ou ainda evitar deslocamento de pessoas que viajam 400 quilômetros só para ter uma receita. São coisas que podem ajudar a melhorar o sistema de saúde coletivo e o próprio Sistema Único de Saúde (SUS)".

Outro princípio é o papel central do médico. A norma deverá garantir que a telemedicina ofereça acesso, conhecimento e qualidade no atendimento, mas não substitua a figura presencial do médico. Outra preocupação do CFM é garantir que a norma traduza a telemedicina apenas como ferramenta facilitadora do acesso à saúde.

A ética médica e outros detalhes, como a preservação da privacidade de dados e do prontuário do paciente, também têm sido estudados pela comissão. "A primeira consulta precisa ser presencial para garantir diagnóstico e prescrição mais efetivos após a anamnese e o exame físico. Temos que ter muito cuidado com a impessoalidade", explicou o coordenador.

Histórico – A telemedicina está autorizada no Brasil desde abril por meio da Lei nº 13.989/20, sancionada em caráter emergencial pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo o texto, a prática ¬ definida como "o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde" fica liberada no país temporariamente, apenas durante a pandemia.

A medida, que foi chancelada pelo CFM, tem como objetivo evitar que pacientes não graves circulem por unidades de saúde, quebrando o isolamento social necessário para reduzir a propagação da Covid-19.

Enquanto a legislação vigora, a Comissão Especial do CFM avalia as mais de 2 mil propostas enviadas sobre o tema por médicos dos serviços público e privado e de entidades representativas.

Formada por 11 pessoas, 7 delas conselheiros do CFM, a Comissão entende que a telemedicina não substituirá a presença física do médico e que, para isso, é fundamental o desenvolvimento de sistemas estruturados de dados, com proteção à informação.

Donizetti Giamberardino explica que a telemedicina não é uma outra medicina, "é simplesmente uma forma de facilitar o acesso à saúde". Ele reforça que a nova norma do CFM garantirá que a prática seja um ato médico complementar: "A nova resolução estudada pelo CFM pretende garantir os princípios que já conhecemos".

Os médicos de todo o mundo tiveram reforçada a sua importância social durante a pandemia de COVID-19. No Brasil e em outros países, os cidadãos fizeram questão de registrar gratidão e reconhecimento ao fato de eles terem colocado a saúde e o bem-estar das pessoas acima dos próprios.

A campanha internacional #AplausosNaJanela viralizou em redes sociais. O resultado foram milhões de pessoas em varandas, em momentos diferentes, por todo o planeta, rendendo homenagens tocantes. Veículos de imprensa, ONGs e instituições ocuparam a internet com mensagens de força àqueles na linha de frente do combate à COVID-19.

Em nosso país, estrelas da TV e do cinema, como Mateus Solano, Marisa Orth, Fabiana Karla, Susana Vieira, Érico Brás e Reginaldo Faria, além de Tande, Jackie Silva, Virna Piovezan, Fofão e Marcelinho Machado, atletas de primeiríssimo time, somaram a mais uma ação da Associação Paulista de Medicina (APM): a belíssima campanha "Juntos com a APM - O médico tem e merece mais valor".

É um projeto do presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral. Ele, aliás, é uma liderança diferenciada – uma das raras, em nosso meio –, a resistir a cantos de sereias, mantendo absoluta independência de partidos, ideologias e políticos, focando 100% do seu trabalho voluntário na prioridade ao médico e saúde de qualidade aos pacientes.

A Sociedade Brasileira de Clínica Médica, a qual presido, é parceira desta iniciativa que vem em ótima hora. Outras instituições, como a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia, do professor César Eduardo Fernandes adotaram a causa, assim como a Sociedade Brasileira de Pediatria, da doutora Luciana Rodrigues Silva.

Vemos, com tudo isso, que há muitos que bem compreendem a relevância social dos profissionais de Medicina. Existe igualmente uma quantidade absurda de quem adote o descaso aos médicos. O Estado e parte das fontes pagadoras são campeões nesse quesito nada enaltecedor.

Em plena pandemia, certas operadoras de planos de saúde recusam-se a pagar os honorários devidos pelo atendimento por Telemedicina e insistem em interferir no atendimento. Com remuneração em queda livre, diversos médicos não conseguem manter seus consultórios e já vivem em situação delicada.

Não bastasse, há operadoras que ainda interferem no exercício da Medicina, pressionando para que não sejam solicitados exames de complexidade, forçando antecipação de altas, entre outros abusos distintos.

Na rede pública, historicamente, os salários são aviltantes. Mesmo colocando-se em risco diariamente, expostos à sobrecarga física e emocional, nossos médicos continuam sem reconhecimento financeiro, quiçá adicional de insalubridade.

É hora de as lideranças responsáveis e pacientes se unirem em defesa de nossos médicos. Fato é que carecemos de um representante compromissado a nível nacional, ao menos no âmbito associativo. Aqueles que deveriam ser eco de nossas vozes parecem se curvar a interesses políticos e pessoais. Não dá mais para segurar. Precisamos de renovação, queremos o novo.

Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
*Artigo publicado em 24/08/20 no Diário do Grande ABC

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